03 novembro 2006

CONTO POÉTICO

Tem um anão
Na rua XV
Que toda vez que eu passo
Escreve alguma coisa
Num bloquinho de papel.
O fato me irrita.
Como passo todo dia
(pela Rua XV)
Todo dia o anão me irrita.
O que escreve o anão todo dia
No bloquinho de papel ?
Mandei um espião
Pra xeretar o bloquinho
E descobrir
O que é que o anão escrevia.

Volta o espião:
- O anão é analfabeto !
Mas como, então, escrevia ?
- Não escrevia, como nunca aprendeu,
Nunca escreveu !

Anão ardiloso.

Agora todo dia que eu passava
E o via, me escondia
Atrás de alguém,
Mas mesmo assim
Ele escrevia.


O ANÃO